Propor soluções que resolvam problemas da sociedade. Esse é o ponto de partida do desenvolvimento de produtos, objetos e serviços que atendam diretamente às pessoas. Criar, no entanto, não precisa ser algo reservado somente às grandes empresas e a renomados profissionais do mercado. Por isso, a entrada da cultura maker na educação se faz cada vez mais importante.
Com o amplo acesso a recursos de tecnologia e ao aprendizado descentralizado, cenário atual do mundo, é mais fácil para pessoas comuns propor soluções. Para inovar e criar não é necessário ser um gênio e ter acesso às melhores tecnologias no mercado. O ponto decisivo é saber perceber determinada necessidade e entender o que poderia atendê-la, criando assim a solução ideal.
Com base nessa cultura, o ensino tradicional exercido na educação pode ser elevado a outro nível, com maior autonomia aos alunos, os tornando criadores. Neste conteúdo você entenderá mais sobre a cultura maker, do que ela se trata, como ela pode ser aplicada na educação e quais benefícios isso gera. Confira!
O que é cultura maker?
O que você criaria para solucionar uma dificuldade que tem em seu cotidiano? Nem sempre as pessoas exercem um questionamento como esse, simplesmente porque não são educadas a serem criadores. O comum é que, enquanto consumidores e cidadãos comuns, se esteja sempre à espera das soluções que a indústria propõe para tudo: cotidiano, saúde, tecnologia, moradia, entre outros.
A cultura maker propõe uma postura de fuga a essa passividade, não como forma de revolução, mas como busca de maior autonomia e desenvolvimento. É o “faça você mesmo”, mas em um nível acima, de forma que a proposta seja implementar uma cultura em que as pessoas estejam cada vez mais propensas a pensar em desenvolver soluções em vez de esperar as que já existem.
Um dos grandes propulsores da Cultura Maker atualmente é a tecnologia digital. Já totalmente inserida no cotidiano da sociedade, ela já é a plataforma principal para que novas soluções sejam propostas. Basta pensar na série de aplicativos que são usados no dia a dia das pessoas, como os aplicativos de mensagem instantânea.
Ainda que nem todo mundo tenha o conhecimento técnico para começar um sistema digital do zero, pessoas ainda podem idealizar essas soluções. O próximo passo, ou seja, seu desenvolvimento, será conduzido por um profissional capacitado. O ponto da cultura maker é que todos precisam adotar a postura de criadores, o que ajuda a desenvolver pessoas.
Aprendizado descentralizado
É importante sempre pensar no impacto da cultura maker na educação, como filosofia de aprendizado e desenvolvimento da autonomia intelectual. Mais do que simplesmente criar, a proposta desse conceito é também permitir que as pessoas aprendam por conta própria, não dependendo apenas dos tradicionais ambientes de ensino.
O digital, além de plataforma de desenvolvimento, também é essencial nesse processo de aprendizado descentralizado. Uma prova disso é o YouTube e todo o seu conteúdo de ensino promovido por pessoas comuns, que ensinam como fazer praticamente tudo que se possa imaginar.
Muitas delas têm um conhecimento adquirido em experiências profissionais ou aprendizado em institutos, mas há também aquelas que são criadores, ou seja, adeptos da cultura maker. Para elas, o YouTube é uma plataforma de disseminação do que aprenderam sozinhas e podem compartilhar com outros, mostrando a importante autonomia e desenvolvimento que a criação pode oferecer.
Produção descentralizada
Outro importante ponto da cultura maker é a menor dependência da indústria, grande centralizadora dos métodos de produção atualmente. Parte do que é explorado no conceito de maker é o desenvolvimento por parte da prática, ou seja, colocar uma ideia em execução, ainda que não se saiba exatamente como conduzir uma atividade pela parte técnica.
O processo de criação passa por testes e por esforços de aplicar uma ideia e, consequentemente, ver essa execução não dar certo, para então recomeçar. A Cultura Maker propõe esse processo para fazer com que a agilidade de criação e produção não seja algo restrito apenas às grandes indústrias, e, a partir disso, enfraquecer um monopólio que não é favorável à sociedade.
Ainda que seja difícil competir com as grandes empresas, a proposta é garantir que as pessoas exerçam sua capacidade de criar e desenvolver, ainda que em um tempo maior. Esse é o ponto de partida para mudar práticas e hábitos, principalmente se há a aplicação da cultura maker na educação.
Quais são os processos da cultura maker?
A Cultura Maker é composta por alguns processos e etapas importantes. Do desenvolvimento de uma ideia à execução dela, há alguns passos importantes que precisam ser exercidos. Esse é o trabalho que vai garantir uma ideia sendo feita, concretamente.
Os processos da cultura maker representam justamente a forma como essa prática é aplicada, justificando a ideia de que é algo que traz autonomia e a ideia do “faça você mesmo”. Entenda melhor a seguir!
Propor soluções individuais ou para um nicho
Tudo começa com uma ideia ou, em alguns casos, com uma necessidade. Alguém precisa solucionar um problema em sua casa, no seu cotidiano, na sua comunidade, no ambiente de trabalho, ou qualquer lugar que seja. A partir disso, a cultura maker propõe que se busque solucionar a questão por conta própria, principalmente porque nem sempre há a solução pronta.
Nessa fase, o criador precisa desenvolver sua ideia caminhando para uma direção em que ele veja o problema resolvido. O produto final pode ser um objeto, em si, ou um sistema completo, seja ele digital, seja físico. Quando propõe a solução, o criador precisa continuar seu trabalho na visualização do que exatamente ele acredita que seja o seu produto final.
Aplicar conhecimentos na execução
Para chegar a essa solução é necessário aplicar conhecimentos. Muitos criadores começam uma ideia porque já têm qualificações básicas em alguma área que seja decisiva na criação de uma solução, mas isso não é obrigatório. A cultura maker incentiva o processo como forma de aprendizado, ou seja, tentar fazer é a melhor maneira de desenvolver as habilidades necessárias.
Esses esforços são a parte mais importante do processo, uma vez que a proposta central da cultura é criar por meio do ímpeto e da busca por soluções adequadas, sem depender da indústria. Assim, a fase de execução é o que vai capacitar a pessoa cada vez mais, desenvolver seu raciocínio para a criação.
Ainda que não se chegue ao produto, o processo é fundamental, por isso a cultura maker na educação é tão importante. Mesmo que não se chegue à solução ideal, alunos são desenvolvidos em um sistema de ensino que propõe esforços próprios com base em autonomia, criatividade e inovação.
Buscar informação para trabalhar na ideia
A cultura maker não está associada ao amplo conhecimento, mas sim ao processo, como você já viu. Por isso, durante a execução de ideias, será comum se ver em dificuldades para produzir a solução, muito por conta da necessidade de conhecimentos altamente técnicos. Isso não significa que a proposta não poderá ter vida, mas sim que o processo será mais complicado e, consequentemente, mais rico de aprendizado.
O importante é que o criador tenha amplo aprofundamento e participação nessa fase, já que ele poderá extrair o máximo de conhecimento. Em alguns moment
os, os criadores de conteúdo independente poderão ajudar, como aqueles que postam vídeos tutoriais no YouTube. Já para determinados trabalhos, será preciso ter um parceiro no desenvolvimento do projeto.
Independentemente do caminho tomado, a cultura maker é sobre fazer de forma independente, tendo a ideia e garantindo que ela ganhe vida. Nesse processo, se haverá a necessidade de parcerias ou de busca de conhecimento, isso não é um impeditivo. O importante é que a criação seja feita de forma autônoma, e essa busca por soluções é também parte essencial dos esforços.
Qual é a importância da cultura maker na educação?
Pensar na cultura maker na educação é propor novos métodos de ensino capazes de serem mais atrativos, em contrapartida às práticas tradicionais, visando uma verdadeira revolução na educação.
Hoje, o ensino tradicional muitas vezes se mostra pouco flexível, criando apenas o ambiente em que há um emissor e um receptor, em uma sociedade em que, cada vez mais, o ensino é algo descentralizado, assim como a aprendizagem.
Não há nada que não possa ser entendido por meio de uma videoaula, uma apostila ou uma simples explicação em texto, todos encontrados na web. Uma sala de aula pode se tornar cada vez mais um ambiente de baixo interesse por parte dos alunos, principalmente porque eles não querem ser apenas receptores.
O papel da cultura maker na educação pode ser essencial na transformação do conceito básico de como acontece essa relação do aluno com a escola, partindo do ponto principal: motivação e engajamento. Quando estudantes não estão animados ou interessados com o que vivenciam na sala de aula, é natural que seu desempenho e desenvolvimento sejam prejudicados.
O ensino passa a ser cada vez mais automatizado, especialmente pela forma de avaliação. Se as boas notas nas provas são a condição para que o aluno seja aprovado, ele se prepara somente para aquilo e nada mais. Assim, cada vez mais, o ensino tradicional cria estudantes que aprenderam para se formar, e não para desenvolver conhecimento que será aplicado por toda a vida.
Escola pode ser espaço de experiência e desenvolvimento pessoal
A proposta da Cultura Maker na educação é transformar esse aluno por meio das experimentações, ou seja, permitir que ele tenha autonomia para trabalhar em ideias que façam sentido para ele. Fora do papel de emissor, o professor será um verdadeiro tutor que, além de ensinar, vai direcionar e apoiar o estudante enquanto ele se dedica na concepção de projetos que sejam relevantes.
Por si só, essa “quebra” na relação emissor e receptor já pode ter efeitos importantes, como o aumento da interação na sala de aula. Para orientar e ensinar, o professor estará também disposto a ouvir mais, porque só assim poderá exercer seu papel de conhecimento. Do outro lado, se dedicando a um projeto próprio, o aluno estará mais preparado para ouvir.
Esse cenário tem sempre grandes chances de representar também maior engajamento do aluno, uma vez que os conhecimentos que ele obtém estão sendo aplicados em algo concreto. A cultura maker na educação propõe que esse processo seja repleto de autonomia e, principalmente, liberdade criativa. Só assim ele poderá propor os resultados que são esperados.
A criação com o suporte do professor configura uma metodologia ativa de ensino, isso é, tudo o que é aprendido pode ser aplicado na prática, quando o aluno está cuidando de um projeto. Quando ele faz algo, precisará aplicar diversos conteúdos que aprendeu durante o ano letivo, proporcionando também uma interdisciplinaridade que potencializa o desenvolvimento daquele estudante.
Adequações são a chave para a mudança
Em uma ideia de escola do futuro, desconstruir o papel do professor de autoridade máxima e emissor único pode não ser a mais simples das tarefas. Por isso, ao pensar em cultura maker na educação, é importante pensar em um processo de preparação e adequação. Para que esse conceito seja realmente aplicado, é necessário que haja a estrutura ideal para isso.
Em uma análise ampla, a cultura maker não é algo pouco comum no cotidiano da sociedade atual. Afinal, quantas vezes você já tentou fazer algo sozinho sem nunca ter conhecimento, usando como base um conteúdo tutorial da web? Por exemplo, aquela receita de brownie que você resolveu fazer em vez de comprar pronto é uma forma de exercício da cultura maker.
As pessoas já entenderam que podem depender menos das indústrias e buscar suas próprias soluções, mas a questão é que isso precisa ser aplicado também nos escolas, da Educação Infantil Fundamental ao Ensino Médio. Por isso, pensar nessa nova proposta de escola passa por realizar as adequações necessárias para que, como instituição, a estrutura funcione da forma certa.
Uma escola pronta para aplicar a cultura maker na educação é aquela que incentiva a inovação e a criatividade, mas que também é capaz de desconstruir o modelo tradicional de aprendizagem e ensino. Professores como tutores, suporte da tecnologia e liberdade aos alunos pode ser a chave para gerar neles o interesse a abrir caminho para a preparação completa de cidadãos.
Por que aplicar a cultura maker na educação?
Capacitar alunos a se formarem cidadãos e profissionais mais independentes, autônomos e amplamente desenvolvidos. Esse pode ser o papel central da cultura maker na educação, caso ela seja aplicada. Esse objetivo principal é alcançado por meio de uma série de outros benefícios que podem ser vistos no processo de ensino baseado no estímulo à criação.
A seguir, entenda em alguns pontos como pode ser importante aplicar a cultura maker na educação!
Engajamento dos alunos
No último Censo Escolar apresentado, o de 2018, foi apontado que 1,3 milhão de crianças e jovens abandonaram a escola durante a educação básica (Educação Infantil até Ensino Médio), desde 2014. A evasão escolar é um sério problema causado por vários fatores, entre eles, um modelo de ensino engessado que nem sempre é capaz de animar o estudante.
Para muitos, essa falta de interesse pode gerar a evasão, especialmente em jovens de baixa condições socioeconômicas. O ensino com base na cultura maker pode ser uma forma de tornar a rotina escolar mais interessante, uma vez que, apesar de ser desafiador, também propõe autonomia com suporte do professor. Engajar é essencial para formar alunos e mantê-los na escola.
Avaliações justas e com foco em desenvolvimento
As provas não são o método de avaliação mais justo possível. Ainda que elas premiem o aluno que é capaz de desenvolver o que foi aprendido, essa não é a única maneira de mensurar aprendizado e desenvolvimento. Há muitas questões psicológicas envolvidas em uma prova que podem colocar em situação complicada alguns alunos e, da mesma forma, favorecer outras.
A cultura maker na educação vem acompanhada de avaliações contínuas, que não dependem de provas em si, mas sim de projetos e de
pequenas avaliações bem distribuídas. Ao evitar a concentração de peso em um momento único é possível avaliar realmente o desenvolvimento do aluno ao longo do ano, remover o fator psicológico prejudicial e ser mais justo com seu empenho.
Aprendizado amplo e interdisciplinar
O aprendizado setorizado, ou seja, com várias disciplinas separadamente, pode até ser funcional, mas não é a representação ideal do que o aluno verá em sua vida pós-escola. No nosso cotidiano, de forma natural, usamos muitos dos aprendizados da vida escolar em diversas situações e, muitas vezes, todos de uma só vez, misturados e exigindo sabedoria para lidar com os desafios.
Uma proposta de criação envolve também essa interdisciplinaridade como parte fundamental do processo. Por isso, a cultura maker na educação propõe que os alunos possam aplicar de forma integrada os seus conhecimentos, sempre em prol de um aprendizado mais natural. Assim, há uma projeção da vida adulta e de como o aprendizado escolar será realmente utilizado no futuro.
Maior envolvimento com tecnologias atuais
A educação 4.0 não é uma novidade, uma vez que já há sistemas de ensino que colocam os alunos em posição de integração às ferramentas logo cedo. Tecnologias digitais são parte do cotidiano do estudante e podem ser verdadeiras plataformas de incentivo à inovação e à criação. Por isso, na escola, a tecnologia precisa ser ferramenta de desenvolvimento e aprendizado.
Hoje, o mercado de trabalho espera que os trabalhadores tenham ampla integração com sistemas e tecnologias, das básicas às avançadas. Diante disso, a cultura maker entende que, para que a criação e a proposta de fazer por conta própria seja válida, é essencial ter total suporte de todos os recursos tecnológicos possíveis.
Incentivo à criatividade
Só é possível criar se há criatividade. A cultura maker tem como proposta, quando aplicada à educação, de promover aos estudantes a liberdade criativa para que executem tudo que precisarem em sua vida escolar. Sem a liberdade de pensar em soluções inovadoras, o processo de criação fica muito limitado e, de certo modo, perde o caráter de autonomia para o projeto em questão.
A criatividade incentivada na vida escolar pode ser o ponto de partida para um adulto capaz de buscar soluções inovadoras durante toda sua vida, seja em questões pessoais, seja na vida profissional. Esse é um dos pilares da cultura maker, sendo justamente o que permite maior independência e menor busca na indústria por soluções que já existam.
Desenvolvimento do pensamento crítico
Um dos principais problemas do ensino tradicional é a automatização que ele pode criar em alguns alunos. Acostumados a buscar o conhecimento em fórmulas, livros e modelos prontos, esses estudantes podem ter dificuldade a desenvolver o pensamento crítico. Se eles não são capazes de analisar um problema a partir de suas perspectivas, estarão reféns de conhecimentos prontos.
A cultura maker, com seu foco em autonomia e busca de soluções, capacita os alunos a terem esse esforço maior desde cedo, sempre em prol de encontrar caminhos para o que for necessário. Assim, sempre que lidarem com uma decisão importante ou um problema, estarão capazes de desenvolver ideias e avaliar situações com maior capacidade, já que têm essa abordagem crítica.
Empoderamento do aluno
O aluno como protagonista nunca foi uma ideia forte no ensino tradicional. Preparados para aprender, sempre na posição de receptores, esse pensamento pode ser um inibidor prejudicial para o crescimento e para o aprendizado. A cultura maker propõe que esses estudantes sejam empoderado, ganhando o papel central e tendo autonomia no processo de aprendizagem.
Para isso, com suporte do professor, o próprio estudante é quem decide quais soluções serão aplicadas para os projetos que têm em mãos. Isso dá ao aluno, além do protagonismo, maior capacidade de estar à frente das situações, exercer seu pensamento crítico, para então trabalhar com os recursos que têm. Assim, ele se aproxima do que terá em toda a sua vida.
Em um momento em que as ferramentas tecnológicas e o aprendizado são cada vez mais acessíveis, é hora de mostrar ao aluno que ele pode fazer pelas próprias mãos. A Cultura Maker na educação é uma ótima forma de propor esse protagonismo ao estudante, gerando maior engajamento e o tornando o centro de seu aprendizado.
Em busca de uma plataforma de ensino que atenda a essas propostas e dê autonomia ao estudante? Entre em contato com a Quantum e saiba como ela pode ajudar!