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Como trabalhar o aprendizado com a Geração Alpha

As características geracionais têm sido uma questão cada vez mais relevante, já que as particularidades de cada grupo influenciam nas práticas dos indivíduos na sociedade. Assim, as formas de consumo, trabalho, estudo e convívio estão diretamente relacionadas ao contexto de vida.

A geração mais nova, conhecida como Alpha, é fonte de muitas pesquisas e discussões, sobretudo acerca da aprendizagem desse grupo.

Para os pais, construir uma percepção mais apurada sobre as características geracionais é fundamental para entender melhor o comportamento dos filhos e oferecer orientações para o desenvolvimento pessoal e profissional dos pequenos.

Em vista disso, você quer saber o que marca esse novo público, quais são as características que o diferenciam dos demais e como pais e professores podem viabilizar a construção do conhecimento da geração Alpha? Então leia este e-book. 

Você vai ver que a relação de cada faixa etária com a tecnologia pode ser uma ótima oportunidade para a aprendizagem.

Quais são as gerações mais recentes?

Com certeza você já ouviu falar nas gerações Y e Z, mas sabia que existe uma atual, conhecida como Alpha? 

Pois bem, é fundamental entender os comportamentos dessas crianças e adolescentes “alphas”, pois eles serão futuros adultos e cabe aos responsáveis e professores oferecer estímulos adequados para o desenvolvimento cognitivo desses indivíduos.

Acompanhe algumas informações acerca das três últimas gerações.

Geração Y: os famosos millennials

Os millennials, nascidos entre os anos 1980 e 1995, formaram uma das gerações mais conhecidas por conta das mudanças expressivas na forma de comportamento que eles apresentaram. 

Enquanto o grupo anterior (geração X) se destacou por ser mais conservador e apegado à estabilidade profissional, a geração Y adotou algumas características, como: flexibilidade, consciência social, busca por conectividade e informações, tarefas múltiplas e imediatismo.

Esses atributos foram influenciados por grandes mudanças sociais, como a globalização e o avanço das tecnologias. Crescendo em um mundo com menos fronteiras, mais acesso à informação e mais segurança financeira, eles passaram a almejar maiores oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

Geração Z: crescendo com a tecnologia

Nascidos entre os anos 1995 e 2010, a maioria das pessoas desse grupo cresceu em um contexto de impulsionamento tecnológico e científico ao redor do mundo. Esses indivíduos exaltam a individualidade e a diversidade, mas a imersão no mundo virtual, nas redes sociais e nas plataformas inteligentes pode aumentar o individualismo, a falta de empatia e o imediatismo. 

Eles também prezam pela autenticidade, acessibilidade, autonomia, flexibilidade, rapidez e busca por conhecimento.

O mundo sem tecnologia parece inimaginável para essa geração, visto que os recursos tecnológicos são fontes de entretenimento, trabalho, estudo e até resolução de problemas no dia a dia.

A hiperconectividade gera, também, pessoas multitarefas, ou seja, enquanto ouvem uma música, podem enviar uma mensagem e falar com alguém pessoalmente, por exemplo. Nesse sentido, há uma vivência de múltiplas realidades.

Essa geração acessa um volume alto de informações e valoriza as relações digitais. O mundo não é visto a partir de fronteiras geográficas, pois esses indivíduos podem interagir com uma pessoa de qualquer nacionalidade apenas por meio de uma tela. 

Geração Alpha: 100% nativos digitais

Com as rápidas transformações sociais, uma nova geração já apareceu. São os “alphas”, nascidos a partir de 2010. Essa é a primeira geração 100% nativa digital, ou seja, todas as crianças nasceram com acesso a dispositivos como celulares e tablets.

Por isso mesmo, a facilidade delas com essas tecnologias costuma espantar os mais velhos. É importante refletir que as crianças dessa geração têm dificuldade em se interessar pelo analógico. Chamar a atenção delas, tanto nos estudos, quanto no trabalho ou na vida cotidiana, exige flexibilidade para integrar a tecnologia aos aspectos do dia a dia.

Os “alphas” são mais independentes. Certamente, você já viu uma criança de 4 anos ou menos com um celular na mão; ela sabe utilizar alguns recursos sozinha, como jogos e vídeos. As crianças mais velhas conseguem usar mecanismos de busca, como o Google, para tirarem as suas dúvidas.

Outras características desse grupo são: agilidade, curiosidade, preocupação com questões atuais, inclusão, flexibilidade e abertura ao novo.

É importante ressaltar que essa geração tem dificuldade de concentração e baixa tolerância a frustrações. Isso acontece porque, desde pequenas, as crianças estão expostas a estímulos simultâneos e, muitas vezes, não praticam atividades pedagógicas que são fundamentais para o desenvolvimento da cognição.

Qual é a relação entre aprendizagem e geração?

É claro que a aprendizagem é um processo individual, mas algumas características podem ser similares entre pessoas da mesma geração. Esse fato está ligado a questões culturais, históricas e sociais comuns aos indivíduos de uma mesma geração.

Portanto, o modo de ensinar também muda para atender, da melhor forma possível, as necessidades de cada comunidade.

Geralmente, uma pessoa da geração Y encontra dificuldades para a sua inserção no meio digital, pois ela nasceu em um contexto em que a tecnologia estava começando a se expandir e era restrita a uma pequena parcela da população, que tinha condições financeiras para isso. 

A aprendizagem de boa parte desse grupo aconteceu de forma tradicional, centrada na figura do professor, mas a geração Y reconhece a importância da tecnologia e busca formas de utilizá-la para satisfazer as suas necessidades.

As pessoas da geração Z são mais responsáveis, realistas e dialógicas. Elas exercitam o pensamento lógico e são autodidatas, então os estudantes são protagonistas e ativos na construção do saber. Eles também utilizam ferramentas digitais, como videoaulas, para a aprendizagem.

Por fim, a geração Alpha está inserida em uma realidade que, muitas vezes, não é separada do mundo virtual. As crianças e os adolescentes adquirem rápidas informações com um clique no aparelho eletrônico. A aprendizagem está centrada na experiência desses sujeitos, o que inclui, sobretudo, o uso da ciência e da tecnologia.

É provável que você se pergunte como é possível educar um alpha para que ele seja um ser humano responsável, consciente, crítico, empático e que contribua para a formação de um futuro melhor para as próximas gerações. Vamos falar sobre isso a seguir.

Afinal, como incentivar a aprendizagem da geração Alpha?

Quando se trata da educação de “alphas”, a tecnologia é uma aliada. As crianças e os adolescentes adoram jogos, filmes, séries, então nada melhor do que utilizar isso a favor da aprendizagem.

Contudo, lembre-se: a tecnologia deve ser usada com cautela para evitar o vício. As crianças e os adolescentes devem se divertir e socializar fora das telas.

Pais, responsáveis e professores podem investir em atividades educativas que incentivem a memorização, a concentração, o raciocínio lógico-matemático, a leitura, o pensamento crítico, o autoconhecimento e a empatia.

Essa geração também se desenvolve melhor com práticas que estimulem a criatividade, a autonomia e a experimentação. Logo, as metodologias interativas, dinâmicas e personalizadas são bem-vindas. 

Sugestões:

  • livros digitais;
  • podcast;
  • filmes, séries e documentários;
  • experimentos científicos;
  • atividades de pesquisa, investigação e exploração de fenômenos naturais e sociais;
  • práticas de fotografia e produção audiovisual;
  • estímulos sensoriais (tato, audição, paladar, visão e olfato);
  • clubes de debates e leituras;
  • expressões artísticas, como teatro, música e dança;
  • oficinas de arte e cultura;
  • práticas esportivas;
  • culinária;
  • gamificação;
  • cursos/aulas de programação e robótica;
  • realidade aumentada;
  • plataformas e aplicativos;
  • visitas virtuais 360º, como em museus;
  • cursos de empreendedorismo e capacitação pessoal;
  • uso de ferramentas digitais para melhorar as aulas, como Google Docs (documentos), Jamboard (quadro interativo), Apresentações Google (slides) e Google Classroom (agenda virtual);
  • dentre outras possibilidades.

O desenvolvimento de habilidades socioemocionais também é fundamental, pois a geração Alpha está exposta a muitos problemas e desafios, como fake news, cancelamento virtual (punição e exclusão de uma pessoa que teve uma atitude desaprovada por um grupo) e alta exposição nas redes sociais.

Nesse viés, o controle emocional, as decisões assertivas, o foco e a disciplina para atingir metas e os relacionamentos positivos são atributos a serem aperfeiçoados desde a infância.

Para proporcionar a formação completa dos alunos, a escola tem um papel essencial. Cabe à equipe gestora investir em equipamentos eletrônicos, internet e programas, bem como na qualificação dos professores e na elaboração de um currículo flexível e personalizado para atender às demandas de cada turma e respeitar o ritmo de cada aluno.

O professor da era digital não deve ser um transmissor do saber, mas sim um mediador, que irá auxiliar o estudante e viabilizar condições para o seu pleno desenvolvimento.

Conclusão

Cada um dos grupos apresentados é moldado pelas questões tecnológicas de alguma forma. É necessário manter o vínculo entre as gerações, até mesmo na era digital, pois todos fazem parte de algo maior: uma sociedade cada vez mais desenvolvida tecnologicamente. 

Para os pais da geração Alpha, a preparação para o futuro deve começar agora, usando games, robótica e empreendedorismo para uma melhor performance pessoal e profissional.

Você viu que a geração Alpha tem uma relação estreita com a tecnologia. Em vista disso, é evidente que a aprendizagem desse público é diferente do processo que pais, responsáveis e professores tiveram durante a sua trajetória. Logo, uma consciência digital é importante para que todas as pessoas, de qualquer geração, saibam usufruir dos avanços.

Portanto, cabe propor novas maneiras de aprender, pautadas na experiência e nos recursos digitais, para que esses futuros adultos sejam curiosos e tenham vontade de buscar o conhecimento das mais variadas fontes.

2 respostas em “Como trabalhar o aprendizado com a Geração Alpha”

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