Categorias
Educadores

Design Thinking na educação: o que é e quais os benefícios!

Propor novas formas de desenvolvimento de ideias e de projetos são ações importantes para instituições que buscam por metodologias de ensino mais modernas. Nesse contexto, a autonomia do aluno é essencial para que ele seja capaz de ter novas perspectivas sobre desafios e para que possa fazer disso, parte da sua vida.

Uma das metodologias mais úteis nesse sentido é o design thinking. Como se sabe, soluções nunca estão prontas, por mais que o ensino tradicional tente vender essa ideia. O conhecimento aplicado pelas escolas é fundamental, mas é importante transmitir ao aluno o entendimento de que, em algumas situações, não há apenas uma forma de chegar em um resultado.

A criatividade, a adaptação e a inovação são fatores essenciais, que devem sempre ser incentivados na educação. Por isso, trataremos mais sobre o design thinking e como essa metodologia ajuda a despertar o pensamento inovador e criativo.

Continue a leitura e saiba quais são os pilares dessa prática, como ela é utilizada e quais vantagens podem ser aproveitadas na educação.

O que é Design Thinking?

Aprender de forma independente e utilizar ferramentas de conhecimento como solução para determinado desafio ou problema; esse é o ponto de partida da ideia da metodologia design thinking, que busca explorar a criatividade para chegar às respostas para uma questão.

Altamente conhecido como um método corporativo, essa prática pode ser usada em diversos campos, até mesmo na educação básica. Por mais que vá de encontro com a educação tradicional, baseada em fórmulas, roteiros e manuais, o design thinking pode ser uma poderosa ferramenta de aprendizado e criação. Tudo depende do nível de liberdade criativa que é oferecida.

Liberdade

O design thinking é uma metodologia baseada em liberdade de ideias, ou seja, é possível exercer diversas delas para chegar à solução. Nesse processo, muitos pensamentos e insights costumam surgir, gerando alguns possíveis caminhos para solucionar, praticamente, qualquer coisa.

No mundo corporativo, por exemplo, essa técnica tem grande valor na tomada de decisões. Por meio do estímulo criativo e inovador, gestores e colaboradores colocam suas reflexões em pauta, fazendo um exercício conjunto de análises de cenários e como eles podem solucionar determinada questão, ou seja, tomar a decisão.

O principal ponto do design thinking é o seu grande valor na proposta de estimular novas propostas para criar. Por conta disso, é tão importante que essa metodologia ganhe cada vez mais seu espaço na educação. Alunos em fase de desenvolvimento e formação precisam ter liberdade criativa para testar a teoria que aprendem de sala de aula, o que nada mais é, do que uma simulação de como será sua vida adulta.

Colaboração

Uma das premissas mais importantes do design thinking na educação é a colaboração. Propor ideias é um exercício muito mais fácil e potente se essas reflexões vierem de mais fontes de pensamento. O trabalho em conjunto pode ser visto por mais conservadores como uma forma de revolução na educação, no entanto, é apenas parte do que o futuro das crianças vai propor.

Afinal, no mercado de trabalho, quantas ideias são criadas do zero sem a participação de setores e colaboradores diferentes? Ainda que somente uma pessoa tenha tido a ideia principal, várias outras terão essa proposta em mão para aperfeiçoá-las e torná-las ainda mais valiosas.

O design thinking propõe que a colaboração seja um fator importante ao entregar propostas de soluções aos alunos de sala de aula. Isso é feito, basicamente, de duas formas: primeiramente, eles precisam colaborar entre si para gerar reflexões e insights a partir de suas bases de conhecimento. Só assim poderão chegar a resultados mais concisos e que tiveram várias perspectivas na origem da criação.

Em outro ponto, a colaboração também tem uma ligação maior à empatia. Nesse caso, ao senso de comunidade. É fundamental que a criação e a inovação tenham relação direta com a prestação de serviços e com a concepção de produtos que ajudem outras pessoas no cotidiano. Assim, é possível criar soluções e propor ideias que serão realmente úteis em segmentos, indústrias e na sociedade.

Descentralização do conhecimento

Outro ponto essencial que o design thinking na educação traz é a descentralização do conhecimento. O professor deixa de ter a figura de detentor único do conhecimento para assumir o posto de orientador. Naturalmente, ele ainda ensina e tem papel essencial no aprendizado, mas tudo muda quando é hora de praticar o que foi transmitido.

Na educação tradicional, os exercícios e provas servem para avaliar o quanto um aluno aprendeu sobre determinado assunto em uma disciplina. Com o design thinking, é recomendado que essas avaliação seja feita em projetos em que o aluno aplique esse conhecimento junto de sua percepção.

O professor não apenas corrige, mas guia com monitoramento e acompanhamento. Dessa maneira, o conhecimento pode ser mostrado de forma prática durante o processo, deixando de setorizar em etapas.

Comumente, o professor transmite o conhecimento e espera que, posteriormente, o aluno aplique aquele conteúdo em exercícios práticos. Já com o design thinking, a ideia é propor a autonomia e seguir ao lado do aluno enquanto ele propõe soluções usando a criatividade e a inovação. Nesse papel, o professor direciona e presta apoio para que o aluno conquiste bons resultados e, de fato, aprenda.

Quais são os pilares do design thinking na educação?

O design thinking é estruturado em alguns pilares essenciais no processo de desenvolvimento das ideias. Para chegar a um resultado é preciso passar por algumas etapas importantes, desde a reflexão sobre a questão proposta até os exercícios de desenvolvimento.

Conheça cada uma dessas fases que compõem a ideia do design thinking a seguir:

Empatia

A primeira etapa é essencial e é focada diretamente em quem receberá aquela solução, produto, ou precisa de determinada ajuda. Assim, o aluno precisa desenvolver um estudo sobre o alvo desse trabalho que ele está fazendo.

Por exemplo, se a ideia é desenvolver um sistema de reciclagem para um bairro, esse aluno terá que desenvolver uma persona, ou seja, um resumo do morador médio daquela região. Essa persona deve conter as expectativas e necessidades, em acordo com a região.

A partir dessa definição, o aluno terá um alvo mais bem definido para direcionar seus esforços. Ao pensar nas soluções, é possível entender exatamente os problemas dessas pessoas e o que elas precisam. Assim, ele pode entregar um resultado mais adequado.

Definição

A etapa de definição é o momento em que o problema em questão é especificado. A partir dos entendimentos na etapa de empatia, nesse momento há direcionamentos mais claros ao que é prioridade para o projeto.

Essa definição gera reflexões mais claras para dar origem à solução, fazendo isso a partir de um brainstorm. Nesse momento, os alunos, preferencialmente em grupo e com suporte do professor, precisam exercer seu entendimento da situação, para definir um senso comum sobre o que realmente demanda a solução. Todos os pensamentos devem ser devidamente expostos, para
que então sejam alinhados.

Ideação

Na fase de ideação, a liberdade criativa é um dos pilares essenciais para garantir que os alunos exerçam os principais pontos do design thinking na educação: criatividade e inovação. É hora de pensar nas soluções para o problema central, e isso pode ser feito livremente, de forma individual, ou por todos os que estejam envolvidos em um possível grupo do projeto.

A ideação é um processo que deve ser feito em uma plataforma livre de julgamentos e com o menor número de objeções possíveis. É fundamental que os alunos se sintam seguros para refletir sobre o problema e sobre as propostas apresentadas diante deles. As ideias devem ser anotadas e discutidas posteriormente.

O papel do professor, nesse momento, é validar quais ideias sejam mais adequadas, mas sempre com uma orientação positiva e detalhada. Não se trata apenas de descartar ou considerar uma ideia como ruim ou boa. É muito mais enriquecedor, e adequado, mostrar quais se encaixam melhor e o porquê disso.

Prototipação

Com a ideia final pronta e considerada, é hora de começar o trabalho para dar origem a um protótipo, ou seja, um modelo inicial do que será o produto, serviço ou solução. Essa é, acima de tudo, uma fase de testes, o que demanda o uso desse produto em questão, o que deve ser feito no ambiente escolar. É essencial que essa parte prática seja executada com suporte do professor.

Na prototipação, a observação é essencial, já que é com esse trabalho que será possível anotar detalhes relacionados as falhas, aos ajustes necessários e, naturalmente, pontuar o que deu certo. Não é fundamental que um protótipo seja perfeito, afinal, é justamente nessa fase que ele pode dar errado.

Validação

A validação é a fase que traz todos os resultados do período de testes da prototipação. O momento é de reflexão e de entendimento sobre como a proposta se tornou em uma solução útil. Naturalmente, como estamos falando de design thinking na educação, o resultado não precisa ser perfeito, e isso faz totalmente parte do processo.

Na validação é necessário oferecer um feedback claro e preciso, para que a aprendizagem e a experiência sejam concretizadas. O professor deve ser certificar de indagar os alunos sobre as percepções que eles tiveram no processo e sobre a avaliação deles em relação à solução desenvolvida.

Como colocar o design thinking na educação em prática?

Por mais que o design thinking não seja originalmente uma prática que teve origem na educação, hoje ele é uma proposta importante para o desenvolvimento dos métodos de ensino. Escolas e outras instituições que desejam conquistar resultados avançados em relação ¡a criatividade e autonomia têm adotado esse método ao longo dos últimos anos.

Adotar essa nova postura é completamente possível, desde que as ideias do design thinking sejam praticadas de forma correta. Há várias maneiras de encaixar esse processo criativo e inovador para desenvolver soluções em um ambiente escolar.

Confira a seguir como fazer isso de forma concreta e que permita resultados na aprendizagem!

Propor soluções para a escola

Em geral, alunos têm no ambiente escolar um local em que estão familiarizados, conhecendo toda a estrutura das instituições, seus problemas, suas vantagens e os espaços. Uma das melhores ideias na aplicação do design thinking na educação é propor soluções para esse ambiente, ou seja, aplicar conhecimento para realizar melhorias, adaptações, entre outras possibilidades.

Assim, é interessante que os projetos desenvolvidos com base no design thinking sejam propostos para adicionar mais funcionalidade ao cotidiano do aluno. Por exemplo, uma boa ideia é propor um projeto de acessibilidade na escola, permitindo que alunos com limitações físicas tenham livre acesso a todos os espaços, sem dificuldades.

Outra ótima ideia é construir um sistema de armazenamento de água de chuva para reutilização em jardins que a escola tenha. Toda proposta aplicada à escola proporciona ao aluno um entendimento mais fácil da solução e dos resultados que ela pode trazer.

Essa é uma boa ideia, também pelo fato de que aquele ambiente é rotineiro, ou seja, da proposta à aplicação, todas as fases podem ser executadas e acompanhadas de perto.

Propor soluções para a comunidade local

Assim como a escola, a comunidade local é a área de convivência, ou seja, o bairro ou a região em que os alunos convivem, geralmente onde a instituição escolar está. É natural também que essa região tenha suas necessidades ou que possa ser melhorada com soluções inovadoras e criativas. É uma ótima forma de exercitar o conhecimento dos alunos ao trabalhar em serviços comunitários.

As propostas podem ser direcionadas de modo que cada aluno desenvolva uma solução para a área onde mora, podendo ser a sua própria rua, por exemplo. Essa é uma excelente forma de desenvolver a aprendizagem de forma concreta, aplicando conhecimento em casos reais e que vão gerar benefícios concretos para pessoas e também para o próprio aluno.

Nesses trabalhos, é possível desenvolver conhecimentos técnicos que podem ser úteis futuramente para áreas como arquitetura, engenharia, comunicação social, segurança, agronomia, entre várias outras. Além disso, a execução desses projetos também implica na evolução e no exercício de características pessoais, como a cidadania, senso de comunidade, empatia e convivência social.

Integrar conhecimentos de diversas disciplinas

Um importante pilar do design thinking é a multidisciplinaridade, ou seja, a integração de conhecimento de várias áreas para trabalhar em projetos variados. A educação tradicional propõe que áreas sejam estudadas e exercidas separadamente, o que não traduz a realidade da vida adulta. Isso setoriza o ensino e pode não ser a melhor realidade.

Há diversos projetos em que há mais de uma área de conhecimento aplicada para o desenvolvimento das ideias. Na prática, isso traz melhor compreensão ao aluno sobre a utilidade dos conhecimentos ao qual é exposto, independentemente da disciplina. Naturalmente, esses projetos multidisciplinares precisam se analisados por professores, garantindo que os conhecimentos sejam oferecidos aos alunos.

O conhecimento multidisciplinar é essencial para um aprendizado mais completo e, principalmente, estruturado na prática. A parte teórica é essencial e indispensável, mas com o design thinking, a fase prática é aplicada em projetos reais e concretos, trazendo absorção de conhecimento potencializado ao aluno.

Desenvolver projetos para avaliações periódicas

Provas, testes e qualquer outro tipo de avaliação tradicional podem ser, muitas vezes, um peso para os alunos. Ao longo da vida, naturalmente, eles terão que se deparar com esse formato, especialmente em vestibulares e em concursos públicos. No entanto, se a questão é avaliar o aprendizado, talvez as os exames periódicos não sejam o melhor mecanismo possível.

As provas são recortes muito específicos, em que há tempo para realização, nervosíssimo e o risco de reprovação associado. Fatores como esses podem inibir alunos e impedir que ele demonstrem, de forma particular, o que entenderam das disciplinas. Em contrapartida, projetos são feitos a médio prazo, testando continuamente o aprendizado e estimulando ainda mais o aluno.

Em muitas universidades, os projetos finais, para atestar a formação dos alunos, são a escolha principal. Esse é um formato interessante e que pode ser alinhado com outros exames periódicos, como as provas, mas tendo o peso maior na avaliação do aluno, de forma geral. Em projetos, há uma dedicação maior, com mais calma e com possibilidade ampla de aplicar todo conhecimento de um ano letivo.<
/p>

Simular situações da vida adulta e do mercado de trabalho

No ensino tradicional, poucas vezes crianças e adolescentes são realmente expostas a experiências que simulam problemas e desafios que enfrentarão na vida adulta. O conhecimento é sempre muito teórico e a prática é aplicada de maneira distante da realidade. Como resultado, muito desse conhecimento adquirido em sala de aula é dificilmente aplicado na vida.

Uma das premissas do design thinking na educação é garantir que o estudante exerça o que aprenda de forma concreta e clara. Muitas vezes, pode ser difícil ensinar fórmulas químicas e convencer alunos de que elas são realmente úteis em suas vidas. No entanto, propor projetos em que esse conhecimento faz sentido, é bem ilustrado e aplicado, de fato, pode melhorar tudo.

A melhor maneira de fazer isso é projetando situações da vida a adulta e do mercado de trabalho, afinal, a proposta da educação é preparar cidadãos e profissionais. Essa abordagem mais realística é fundamental para propor um aprendizado realmente marcante e capaz de fazer diferença no futuro. Isso é feito, naturalmente, com base em criatividade e inovação, dando autonomia ao aluno, o que prega o design thinking.

Quais são as principais vantagens do design thinking na educação?

Há vantagens realmente importantes e valiosas que podem ser alcançadas com a aplicação do design thinking na educação. Alunos que aprendem a partir desse modelo se preparam para o futuro graças às bases de conhecimento exploradas no modelo. Entenda mais sobre esses benefícios a seguir!

Cultura de inovação

A inovação é essencial para criar soluções, produtos e ajudar a tomar decisões que vão além do que o senso comum pode pensar. Hoje, empresas de grande porte têm setores de inovação dentro de suas estruturas, o que mostra o quão necessário é explorar ideais que tragam novas propostas.

No ensino, não é diferente a importância da liberdade criativa para inovar. Alunos recebem o mesmo nível de conhecimento, mas a partir disso, podem encontrar diferentes caminhos para propor soluções. Em um modelo tradicional, nem sempre isso é possível.

Autonomia e autoconfiança

A autoconfiança é uma importante característica que pode ser desenvolvida ainda na infância e na adolescência. A escola, como ambiente de desenvolvimento, pode ser essencial para ajudar nisso, especialmente quando o método de ensino é baseado nos princípios do design thinking. Se o aluno tem o conhecimento, deve ser capaz de desenvolver suas ideias por conta própria.

Naturalmente, nem sempre ele será capaz de fazer isso, e é assim que o professo será fundamental: prestando todo suporte necessário. Alunos incentivados a trabalharem com suas próprias ideias, construindo projetos a partir delas, se sentem mais seguros com suas capacidades e conhecimento. A longo prazo, especialmente na vida adulta, isso será de grande ajuda.

Desenvolvimento de habilidades

O design thinking na educação também é importante ferramenta para ajudar a alunos a desenvolverem habilidades técnicas, emocionais e psicológicas que serão essenciais para toda a vida. A partir do conceito dessa metodologia e dos cenários de aplicação, as principais habilidades exercitadas e obtidas são:

  • capacidade de desenvolver ideias;
  • visão analítica para propor soluções;
  • assimilação otimizada de conhecimento;
  • gestão de projetos;
  • capacidade de tomada de decisões;
  • criatividade;
  • mentalidade inovadora;
  • desenvolvimento do relacionamento interpessoal.

Trabalho em equipe

Por fim, o design thinking ajuda a exercer o trabalho em equipe, já que há muitas situações em que os alunos são posicionados em grupos para desenvolverem as habilidades. A colaboração é parte importante do trabalho, gerando verdadeiros brainstorms que proporcionam a liberdade para propor soluções.

Durante toda a vida do aluno, trabalhar em equipe pode ser essencial, independentemente dos caminhos que sua carreira, de mercado ou acadêmica, irá tomar. Trabalhar em grupo é essencial para ser parte de uma classe, de uma equipe de trabalho ou até mesmo de um time esportivo. Em design thinking, encontrar saídas e soluções em grupo é necessário, assim como na vida adulta.

O ensino tradicional trouxe uma série de conceitos que durante anos foram entendidos como únicos e inflexíveis. No entanto, é possível propor novas abordagens capazes de formar alunos independentes, capazes de solucionar problemas e com alto nível de aprendizagem. Sem dúvidas, a aplicação do design thinking na educação é o melhor caminho para conquistar esses ganhos!

Gostou deste conteúdo? Assine nossa newsletter e receba outros posts como este diretamente no seu e-mail!

Sair da versão mobile